Ouro verde e campos ainda mais verdes. O porquê dos olivicultores estarem a abraçar a agricultura regenerativa.

by Arlene Barclay | Set 27, 2023

Fermín Ibáñez Guzmán é gerente na Nava, uma exploração situada na região de Andalúcia, no sul de Espanha. Desde 2019, a Nava tem abraçadoum novo estilo de agricultura. Em conjunto com o seu irmão José, estão a reepensar e redesenhar a vida através de uma gestão regenerativa.

Falámos com Fermín para entender as suas motivações, aprendizagens e os passos que deu para a transição.

Agricultor
Fermín Ibáñez Guzmán

Localização
Jaén, Andaluzia, Sul de Espanha

Tipo de exploração
Olivicultura (Sequeiro)

Produção
Azeite biológico

Nome da quinta
Nava

Dimensão da quinta
100 hectares

Estrutura social
Gerido por uma família

Canais de venda
Venda direta em mercadoe cooperativas

O problema que assola os olivicultores en Espanha

Nava foi comprada pelos pais de Fermín em 1975. Inicialmente cultivavam cereais e grãos, mas pouco a pouco, foram plantando oliveiras. Com o decorrer do tempo, a parcela de 100 hectares foi destinada exclusivamente iao cultivo da oliveira.

Apelidada de capital mundial do azeite, a província de Jaén, na Espanha, possui um quinto da oferta mundial do “ouro verde”. Com os seus ‘monocultivos absolutos’,vastos olivais dominam a paisagem.

Com o solo árido e a persistente seca, os agricultores temem as consequências para a economia de monocultura de Jaén.

Fermín e a sua família aperceberam-se de que, com o aumento das pressões climáticas, algo tinha de mudar. Essa mudança passa pela agricultura regenerativa.

“Como agricultor, sei que a melhor forma de utilizar os recursos naturais é através da agricultura regenerativa. Se não houver solo, não há agricultura”.

A transição de Fermin para agricultura regenerativa

Fermín começou a aplicar técnicas regenerativas em 2019. Não fazia ideia de que outras pessoas praticavam este tipo de agricultura – não conhecia nenhum nome, apenas um sentimento instintivo de que precisava de devolver à terra em vez de apenas tirar.

“A agricultura regenerativa foi algo que me convenceu, pouco a pouco, sem saber que havia pessoas a praticar este tipo de agricultura. Há uma intuição que lhe diz que algo não está a correr bem”.

Data de início da transição
Aproximadamente 2019.

Novas práticas
Plantio direto, culturas de cobertura de solo, integração de matéria orgânica e outros tipos de resíduos, e ausência de produtos químicos. Criação de habitats de biodiversidade. Criação de habitats de biodiversidade.

Custos de investimento necessários
Cortadores de relva / 20.000€.
Reboque espalhador / 9.000€.
Investimento em formação

Principais práticas anteriores
Lavoura, adubos sintéticos e aplicação de herbicidas onde o arado não conseguia chegar.

Desafios
Reintegração dos animais, seca, e a má saúde dos solos na província. Horas de trabalho adicionais.

Juntamente com o seu irmão José, estão a otimizar Nava desde a gestão empresarial até à microbiologia do solo. Se tivesse um conselho a dar aos agricultores que estão a pensar em mudar, seria o seguinte:

“É essencial ter uma boa compreensão do funcionamento do solo e ter alguns conhecimentos básicos de química e biologia. Quando se compreende como funciona um organismo vivo como o solo, as coisas resolvem-se por si.”

Os benificios da Agricultura Regenerativa em Nava

Desde a redução dos custos de produção, ao aumento da saúde do ecossistema e à redefinição do seu papel como agricultor, Fermín observou inúmeros benefícios no seu caminho para a regeneração.

Proficuidade da exploração
– Produtividade mais elevadas para o azeite
– Rentabilidade da exploração

“O cálculo do custo dos herbicidas e dos fertilizantes baseia-se nos preços de há 3 anos. Atualmente, podem estar três vezes mais caros”.

Benefícios ecológicos
Um aumento de 1% da matéria orgânica. A biodiversidade é mais visível, tanto a nível da macro como da microfauna. Menos incidência de pragas.

Rendimento e qualidade dos produtos
“A produtividade não foi afetada em nenhum momento. A qualidade é a de um produto sem tóxicos.”

Reduções de custos
Consumo de gasóleo / 2.000 litros poupados por ano.
Herbicidas e fertilizantes / 10.000€ de poupança líquida por ano.

Impacto social

“A nível pessoal, há um sentimento de maior ligação ao solo e à natureza.”

Outros benefícios esperados
Melhoria do solo compensada através de Créditos Carbon+.

Um maior teor de nutrientes combinado com um impacto ambiental reduzido, resultará em margens mais elevadas.

O que o Fermín pensa acerca do Carbon+

Embora tenha alcançado resultados brilhantes, Fermín afirma que ainda existem obstáculos. Está a utilizar o nosso Programa Carbon+ para avançar com a regeneração de Nava e ultrapassar esses obstáculos.

Uma parte essencial deste processo será a integração de práticas adicionais e a continuação da recuperação do solo.

Práticas adicionais previstas

Integração animal, aplicação de matéria orgânica, agro-silvicultura, culturas de cobertura e mulching.

Reflexões sobre o Programa Carbon+

“Uma vantagem do programa é que não pode perder dinheiro, só pode ganhá-lo. Não há custos de registro. Se algo correr mal, está na mesma posição em que se encontrava quando se inscreveu. O risco é muito baixo”.

Observações finais

O percurso de Nava desde os “monocultivos absolutos” até à regeneração é algo que merece aplausos. Além de ser uma evidência clara de que a regeneração é viável, demonstra-se interessante do ponto de vista económico também.

solo árido e a crescente seca na região de Jaén preocupam, e com razão, os agricultores. A abordagem de Fermín demonstra que existe uma alternativa.

Ao mudarem métodos de gestão agora, os agricultores ficarão significativamente melhor posicionados para o futuro.

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